Dia Mundial da Poesia (21 de Março)
Florbela Espanca (Vila
Viçosa, 8 de dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de dezembro de 1930), batizada
como Flor Bela Lobo, e que opta por se autonomear Florbela d'Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa
portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora
tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube
transformar em poesia da mais alta qualidade. Tem uma biblioteca com o seu nome
em Matosinhos.
Amar!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in
«Poesia Completa»)
Commentaires
Enregistrer un commentaire